Burocratas e analfabetos por imperativo legal

Possivelmente os dous grandes problemas existentes na organizaçom administrativa do Estado sejam o abuso da burocracia e o analfabetismo promovido em todo o sistema educativo, no nível Primário, Secundário (ESO), Bacharelato e universitário. O sistema de execuçom da atividade pública sobredimensionada na administraçom por meio de um corpo complexo de funcionários lotados em órgaos, secretarias, ou departamentos com cargos bem definidos, nas últimas décadas ocasionou (além de impostos) que qualquer cidadao tenha que dedicar tempo a tarefas, para as quais nom está preparado.

Conhecemos docentes que dedicam mais tempo as tarefas burocráticas do que à atualizaçom científica ou pedagógica nas disciplinas da sua competência (reprovar um estudante exige relatórios bem argumentados, nom é suficiente com que esses alunos vejam os seus trabalhos ou as suas provas, com as explicaçons regulamentárias dos professores ou tutores). Os casos de faltas de repeito e de consideraçom ao professor, de acossamento escolar ou mesmo no trabalho som motivo de escândalo, porém a administraçom nom determina a responsabilidade perante estes graves factos.

O analfabetismo, as pessoas que mal sabem ler ou escrever, e por extensom as que som incultas ou desconhecem determinados assuntos, avança a grande velocidade, porque o Governo tem interesse em que os cidadaos nom pensem, nem reflexionem para que assim sejam súbditos submissos, dispostos a obedecer à propaganda emanada do poder, e a crer falácias como que os pensionistas vam cobrar mais e que seguirám tendo pensons que lhes vam permitir viver com dignidade. Depois chegarám as rebaixas e os pagamentos, e já legislarám a toda a pressa para deixarem “todo atado e bem atado”.

Um exemplo singular de carência de rigor científico é a Real Academia Galega, incorpora como membros cidadaos (homes ou mulheres) nom polos critérios de capacidade e mérito, só quer que sejam pessoas às quais nom se lhes vai permitir nem a mais mínima dissidência, as quotas estabelecidas estám concebidas para favorecer os amigos (premiar-se uns aos outros). A filosofia dominante é o sectarismo, terám que ser mercenárias ao serviço dos interesses dos académicos que as propugérom.

Além do mais, perante a grave crise do sistema de valores, as tribos identitárias constroem um ‘totum revolutum’ entre sexo biológico, razom e pensamento, nom se considera a preparaçom específica das pessoas para um determinado cargo público. Os exemplos podem ver-se a diário nos meios de comunicaçom que respeitam a liberdade de informaçom; infelizmente ameaçados polo poder, que distribuirá os subsídios em funçom da sua fidelidade aos interesses do governo correspondente seja o do Estado, o autonómico, o provincial ou o municipal, pois se nalgumha cousa somos ricos é na complexa organizaçom administrativa do Estado.

*Professora catedrática de Universidade

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