Opinión

Burocracia, dinheiro e poder

Quando conversamos com companheiras do Bacharelato ou da Universidade, coincidimos na censura de um novíssimo fenómeno: a excessiva burocracia. Muitas de aquelas professoras, reconhecidas polos seus antigos estudantes, nom suportaríamos as muitas horas que devem dedicar hoje estes profissionais a elaborar relatórios absurdos sobre condutas e resultados da avaliaçom, em vez de transmitir conhecimentos científicos atualizados, ténicas de razoamento e de investigaçom, valores sociais e democráticos. Na nossa opiniom, a burocracia é um sistema inoperante, ineficiente na soluçom de problemas, indiferente às necessidades das pessoas, tendente a complicar trámites, com a conseqüente asfíxia das funçons organizacionais que som a sua razom de ser (por exemplo, até as pessoas idosas, residentes no meio rural da Galiza, tenhem que preencher documentos e formulários, complexos para a maioria).

No que diz respeito ao dinheiro, é um clássico na Bíblia, na Literatura universal, na Grécia, em Roma e nas literaturas europeias da Idade Média, embora nas obras lexicográficas nom documentemos estes provérbios ou parémias com certa consistência até os séculos XVI ou XVII. Entre os domínios, esferas ou níveis sempre achamos o absoluto poder do dinheiro e a sua importância sobre outras formas de virtude, pois estes enunciados sentenciosos deixam pouco espaço para o idealismo. Poder, dinheiro e corrupçom constituem um triângulo singular com interdependências e nos dicionários achamos enunciados deste teor: com o dinheiro as pessoas podem fazer todo (“Amor fai muito, o dinheiro todo”, “Quem dinheiro tiver, fará o que quiger”), porém como contrapartida o dinheiro acarreta vícios ou imperfeiçons como a ambiçom a avareza (traço distintivo da gente obcecada por adquirir dinheiro), a cobiça (“A cobiça rompe o saco”), a usura... além do mais, é notável a insaciabilidade e o egoísmo dos avarentos (“Avarento rico, nom tem parente nem amigo”).

O poder dizem que corrompe, a erótica do poder e o temor a perder esse “status” social baseado na perda de um cargo ou o assento parlamentar deriva na manipulaçom dos textos jurídicos, incide na dogmática jurídica e a tradiçom na elaboraçom da cultura jurídica, na criaçom de umha nova engenharia jurídica, na marginalizaçom da legalidade e da justiça, na calúnia ou na ofensa aos discordantes; mesmo pode afetar para conservar e manter a independência dos três poderes que deve prevalecer nos estados democráticos e de Direito. Por acaso um dos espetáculos mais indignos é observar a conduta dos deputados e cargos públicos: parecem a santa companha dos caladinhos ou papagaios, pessoas que repetem sem compreenderem as mensagens que dizem.

*Professora Catedrática de Universidade

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