Opinión

Muita retórica e escassas “Letras Galegas”

Pola epidemia procedente de outros territórios muito próximos, a Galiza também está cheia de retóricos, pessoas mentireiras, falsas, aparentes e hipócritas no âmbito lingüístico e cultural. Muitas delas apresentam um currículum mediocre, mas aí estám subidas até o limite das suas insuficientes capacidades para alcançarem a imortalidade como outras figuras ilustres da Galiza.

Nom há nada novo sob o sol, mais umha vez contemplamos o cansativo rituário, dedicado a umha pessoa, que com independência da sua proposta no que diz respeito às “Normas ortográficas e morfológicas” (contra as quais se manifestárom na história e em tempos recentes cientistas e filólogos da Galiza, Portugal, o Brasil ou da Europa), o que é notório é que Fernández del Riego, trabalhador incansável, fijo parte de um grupo verdadeiramente ilustre, radicado em várias províncias e cidades da Galiza. Quando se vem fotografias da fundaçom da editorial Galaxia (qualificada como de Partido Galeguista na sombra, a empresa editorial), ou de Cunqueiro, Otero Pedraio, Guerra da Cal, Carvalho Calero, Rodrigues Lapa, Paz Andrade e muitos filólogos e escritores das décadas de 1950, 1960, 1970, 1980 lamentamos a errónea trajetória da Real Academia Galega (RAG) e o seu posicionamento para “castrapizar, vulgarizar” o galego-português na Galiza.

"O que é notório é que Fernández del Riego, trabalhador incansável, fijo parte de um grupo verdadeiramente ilustre, radicado em várias províncias e cidades da Galiza"

A situaçom da RAG, em décadas passadas ou atuais, acaba de ser analisada polo académico Axeitos (FARO DE VIGO, Faro da Cultura, 17-V-2023). Descreve o desembarco de membros do grupo Galaxia, do Instituto da Lingua Galega e a sua decadência, ocasionada por interesses mesquinhos e a perda de apoios do “pinheirismo, numha instituiçom que estava naquela altura a eclipsar o todo poderoso Consello da Cultura Galega. Contodo, o que ainda pode ser mais grave é que Alberte Reboreda integre entre os filólogos da periferia académica galega (o trio da RAG, García, González, Santamarina) o lexicógrafo Isaac Alonso Estraviz, autor de um dicionário com mais de 140.000 verbetes. Os que opinam assim confundem e identificam vítima e vitimários, pois Estraviz defende propostas opostas às da RAG-ILG.

Há que recuperar toda a História da Galiza, o nosso alfabeto e as nossas “letras” genuínas, históricas: (gente, gigante); jota (jamais, jovem, junho), os nossos dígrafos LH (Carvalho), NH (Minho) e outras comuns com outras línguas românicas (francês, italiano, catalám...). Só desde o desconhecimento da história integral das línguas da Península Ibérica ou dos princípios da Lingüística Geral, pode haver pessoas que asseverem que as normas oficialistas som mais fáceis... fáceis para os que só conhecem superficialmente o castelhano, porém nom opinam igual quando fazem ostentaçom de falar inglês ou citam palavras desta língua (generation). “Letras Galegas” sim, porém deve ser um projeto, regenerador integral desta língua histórica, útil, extensa e internacional.

*Professora Catedrática de Universidade

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