A classe política abusa de significantes vazios de significado

A classe “classe política” nom significa o mesmo do que “a Política”. Esta na Grécia antiga era ‘a ciência dos negócios do Estado’; noutras etapas da História definiu-se como ‘a Arte ou Ciência de governar’; hoje desenvolveu um sentido pejorativo porque os cidadaos observam que é ‘umha profissom’, os seus representantes parecem buscar o seu lucro pessoal ou social mais do que o serviço aos cidadaos.

No que diz respeito à palavra “significante”, utilizada por Saussure, foi objeto de interpretaçom por muitos lingüistas, de umha maneira muito simples podemos dizer que corresponde ao “plano da expressom” e exige obrigatoriamente o “plano do conteúdo” (um significado ou sentido), ambos os dous planos constituem umha unidade indissolúvel no signo lingüístico. Contodo, as palavras isoladas necessitam combinar-se com outras para terem umha significaçom plena: que significam “democracia”, “feminismo”, “igualdade”, “liberdade” “mulher”, “home”, “pacifismo”?

Nom é necessário ler vários jornais para observar que os neologismos constituem umha arma perigosa na boca da classe política, este mecanismo poderia ser enriquecedor na língua geral, porém, na nossa opiniom, nom é mais do que um estratagema astucioso para aparentar aquilo que nom é. Acarreta trastornos e perigos, observados em protagonistas da História e Literatura Universal caraterizados por carências ou trastornos, refletidos num dilatado campo léxico-semântico: ambiçom, arrogância, autocracia, despotismo, egolatria, engano permanente, ironia, manipulaçom da linguagem, narcisismo, perversidade, promessas falazes, sarcasmo, etc. Em paralelo, o marketing político acaba convertido numha indústria decadente e indecente, desenvolvendo-se sobre um fundo dos trastornos mencionados de promessas falazes, utilizando meios artificiosos para seduzir acompanhado dos ataques à liberdade de opiniom e de expressom, e mesmo ao pluralismo...

Contodo, estas condutas revelam notáveis carências pessoais (“No pecado levam a penitência”): acarretam a perda da liberdade do sujeito, estám subsumidos pola palavra do “Chefe Máximo”, tenhem que fazer grupo para poder subsistir, apenas podem dissentir. Do ponto de vista estritamente da “pessoa” nom deixa de ser umha traiçom pessoal, pois dizer umha palavra e depois fazer o contrário, significa a traiçom do próprio sujeito, o mais lamentável é que a sua ambiçom oculta o trastorno da sua personalidade narcisista, que antepom o seu “ego” antes de que se veja o dano que pode produzir no “Outro”.

No que diz respeito ao que pode acontecer em sociedades como a descrita, a História e os provérbios antecipam conselhos: “Quem ama o perigo, perecerá nel” ou “Tanto vai o cântaro à fonte, que rompe”.

*Professora catedrática de Universidade

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