Faro de Vigo

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Nestes dias produziu-se umha alarma por um programa de televisom, do qual nom quero lembrar o seu nome, no que diz respeito à língua falada num pequeno território, situado no Norte da faixa ocidental da Península Ibérica, e nomeadamente sobre o uso que fazem os falantes desta milenária língua histórica em funçom das suas intençons de comunicaçom. Este programa desagradou-nos pola sua vulgaridade, relacionada sempre com o inferior, o baixo, o grosseiro, a ignorância, o medíocre, a falta de delicadeza.

Na verdade, os responsáveis nom som os jornalistas que elaborárom a reportagem, ajustárom-se a um fenômeno muito evidente na televisom galega e até em muitos exemplos do humorismo gráfico, que recorrem a umha modalidade de “castrapo” (com gheada, que nom é geral em toda a geografia galega e até palavrons), com umha entoaçom rústica (“acento galego”), baseada num humor sáfio, vulgarizante, cujo objetivo é difamar a fonética do galego, como se na nossa língua nom houvesse o registo coloquial, culto ou elevado.

Na Galiza, a diferença do que acontece noutros países como Portugal ou o Brasil, a disciplina escolar denominada “galego” nom tem como objetivo o ensino e aprendizado da língua na sua variante culta, tanto oral como escrita. Os alunos de Primária tenhem competência natural, dominam esquemas gerais de expresom das ideias (Chomsky) e deduzem que o galego nom é mais que “um idioma champurrado”, como já afirmava o frade beneditino Martim Sarmiento (século XVIII). Por isso, a perda de falantes no nível de Primária é lógica, entre outros motivos, porque observam as incoerências e vêem que esse modelo é um híbrido de galego e castelhano.

"Os alunos de Primária tenhem competência natural, dominam esquemas gerais de expresom das ideias (Chomsky) e deduzem que o galego nom é mais que 'um idioma champurrado'”

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Qualquer gramática do galego, por muito básica que for, deve estar alicerçada em princípios científicos, em engrandecer esta língua românica e desmitificar a supremacia de outras línguas, combater as interferências lingüísticas (nomeadamente os solecismos, vulgarismos e barbarismos), a fim de seguir o recomendado já em Roma (“recte scribendi e recte loquendi”, escrever e falar corretamente) .

Para conseguir os objetivos assinalados, urge potenciar a escrita etimológica, corrigir a planificaçom lingüística, substituir os princípios das “Normas ortográficas e mofológicos do idioma galego“ oficialistas por um galego “extenso e útil”, velho ideal de Murguia, Castelao e outros vultos da nossa história. Todos deveríamos ter como tarefa engrandecer esta língua universal, “para acrescentar a glória e a honra deste Povo e aumentar o seu prestígio através de um conjunto de atividades” e com a exigência da limpeza e padronizaçom da língua no seu estado de máxima perfeiçom possível.

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