Pola boca morrem os peixes

Na história da humanidade, a palavra (em grego “lógos”, em latim “verbum”) vai associada estreita e inseparavelmente aos seres dotados de razom. Na Bíblia acompanha às pessoas como dom originário para comunicar-se, é a expressom máxima da Lei e da Justiça, quem nom entendiam ou cumpriam a Lei eram malditos e incluía os sentidos de “palavra” e “facto”.

Na atualidade nom se deveria falar de campanhas eleitorais, numha parte importante dos territórios da Península Ibérica existe umha permanente campanha. A maioria dos porta-vozes da classe política falam e falam e voltam a falar, aborrecem com os seus discursos extensos, vácuos, elaborados por “expertos”, muito bem pagos polos cidadaos. Porém as pessoas, embora a classe política ignore esta caraterística da sociedade atual, estám muito mais informadas do que pensam os representantes dessa política artificial, manipuladores da linguagem, abusando de unidades lexicais grandiloqüentes, falando com altivez, que podem ocupar cargos desnecessários e que nalgumhas ocasions nom se caraterizam pola sua “exemplaridade”.

Nom obstante, as pessoas sabem muito bem interpretar as constantes falsidades, falácias, promessas, estupidezes, falta de ética, demagogia barata, egolatrias (ou “egos”) e encenaçons de cidadaos nom preocupados por servir o interesse geral mas o seu próprio interesse pessoal. Estes novos “caminhantes e viajantes” que vam de povo em povo tentando vender a sua mercadoria, quanto mais falam mais fazem o ridículo. Umha prova evidente para interpretar que prometem cousas carentes de base real pode observar-se no uso de perífrases verbais para o futuro do tipo “vamos a+ infinitivo” em espanhol ou “ vamos + infinitivo” em galego-português, estas perífrases delatam os mentireiros.

Outra maneira de descubrí-los é quando inventam unidades lexicais mal formadas conforme às Regras de Formaçom de Palavras: por exemplo, na língua espanhola e na língua galego-portuguesa o prefixo in- nom é compatível com adjetivos que denotam estados, contodo “o falar nom tem cancelas”. Melhor seria que trocassem de assessores ou expertos, e selecionassem pessoas competentes na gramática e lingüística das correspondentes línguas. A ousadia e a verborreia chega até o ponto de criarem neologismos muito perigosos, sem um significado específico na língua geral, ainda nom definido na terminologia jurídica, pois definir juridicamente umha unidade lexical leva o seu tempo.

Os cidados agradeceriam que “nom pelejem por cousas etéreas”, “nom insultem”, nom reformem tanto as leis para que nom exista insegurança jurídica; muitas leis anteriores estám baseadas no Direito natural, nom as toquem demagogicamente. Lembre-se: “lex praevia, scripta, stricta, certa”, ‘a lei tem que ser prévia, escrita, aplicada estritamente’ e deve determinar de maneira precisa, concreta e clara, as condutas delitivas que tipifica e as penas.

*Professora Catedrática da Universidade

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