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María do Carmo Henríquez

Florencio Delgado Gurriarán (1903-1987), reintegracionista

Por reintegrar deve entender-se restituir a língua da Galiza ao estado originário, do que tem sido privada, basicamente por razons políticas, nom históricas ou filológicas científicas. Reintegracionistas seriam as pessoas que desde o século XVIII defendem este posicionamento, mas conservando todo o que seja genuinamente galego sempre em harmonia com o luso-brasileiro. Na história do reintegracionismo existírom e existem os teóricos (que haverá que analisar sempre em funçom da época em que lhes tocou viver e estado dos estudos filológicos ou lingüísticos) e os práticos.

Polos dados que nos fornece mais umha vez o Professor Santalha, Delgado Gurriarán já en janeiro de 1936, em resposta ao questionamento enviado por Filgueira Valverde para a “antologia consultada” da poesia galega contemporânea, a propósito da pergunta sobre os critérios ortográficos que ele defendia, respondia: “Penso que, inda que por agora sexa mais comenente o emprego da forma fonética, debería irse, pouco a pouco, â etimológica”.

Em 1973, o professor Rodrigues Lapa num artigo convida o galeguismo a reflexionar sobre o rumo cego que vinha levando a língua e insta a corrigir esta rota suicida e a reconstruir a unidade lingüística galego-portuguesa. No fim deste ano, Delgado Gurriarán envia umha felicitaçom a Lapa e mostra o seu apoio à proposta do professor. Em 1977 envia novamente um postal, renova-lhe o seu apoio, e Lapa responde-lhe com a seguinte carta: “Anadia, 2/3/978. /Ilustre escritor e amigo/ [...] O problema da língua é, com efeito, o mais importante de todos. Não me parece que a esse respeito, a Galiza vá bem preparada para a festa da autonomia.Tenho convidado os galegos a um acto de reflexão sobre este problema vital, e nem sequer tenho tido uma boa compreensão da parte deles, mormente dos intelectuais universitários [...] Diz muito bem: devemos todos trabalhar pela unidade e perfeição do idioma comum galego-português e brasileiro, que conta já 150 milhões de falantes [...]”.

Algum tempo depois, em carta ao seu amigo valdeorrês José Gayoso, escrevia Delgado Gurriarán: “Paréceme ben o emprego do plural valdeorrés [em –ois] e que tanto se achega à variante portuguesa da nosa fala común luso-galaica-brasileira. Penso, como Carballo Calero, Paz Andrade, Rodrigues Lapa e moitos mais, que a salvazón do galego como língua de cultura está no achegamento ás variantes irmás xa cultivadas, sen perder, non faltaba mais, a nosa enxebreza. Debemos aspirar á universalidade aproveitando o insino do portugués e do brasileito, cultivados e oficiais, mais nós temos tamén moito que darlle á FALA”.

Delgado Gurriarám cobiçava a língua galego-portuguesa, por este motivo todos os galegos, nomeadamente “os intelectuais universitários”, devem passar à açom. Urge que o galaico-português nom fique dialetalizado como um vulgar dialeto do castelhano e seja umha língua extensa, útil e internacional.

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