Opinión

Os cinqüenta anos da Bibliografia de Guerra da Cal sobre a obra de Eça de Queiroz

Entre as ilustres figuras da cultura da Galiza, reconhecidas internacionalmente porém silenciadas na sua Terra, está Ernesto Guerra da Cal. Da sua biografia lembramos: o seu nascimento em Ferrol (1911), a sua infância em Quiroga (Lugo), das empregadas da casa familiar aprendeu cantigas populares, umha delas do ciclo da Virgem da Barca tinha a dizer com os marinheiros de Mugardos, aprendeu-na e interpretou-na em Madrid num encontro com García Lorca (1935), o que se espelharia num dos «Seis poemas galegos». Só depois do falecimento de Eduardo Blanco Amor, em dezembro de 1979, fôrom achados os materiais que Lorca lhe tinha entregue para a sua ediçom, e umha carta de 1949, em que Guerra da Cal assumirá ter sido «dicionário vivente» de Lorca; tivemos a honra de ser umha das duas pessoas que achamos este material, hoje custodiado como umha relíquia na «Fundaçom Blanco Amor».

A primeira vez que Guerra da Cal se refere ao projeto dessa Bibliografia é numha carta a Blanco Amor de 15 de dezembro de 1949, nessa carta confirma-lhe que vai publicar a sua tese de doutoramento intitulada «Lengua y estilo de Eça de Queiroz». Em 1973 entrega a sua Bibliografia Queirosiana na Universidade de Coimbra, o original causou surpresa polas suas dimensons e pola exaustividade do conteúdo, constava de seis volumes, 3.300 páginas e 13.966 verbetes, e valorizava Guerra da Cal que «Eça era um dos mais altos representantes da cultura lusíada de aquém e além mar»

Este primeiro volume (que é o da Bibliografia ativa) começou em 1976 (em 1975 só se editárom quatro exemplares, o resto da ediçom é de 1976), tivo um forte impacto, e continua na atualidade na ediçom crítica da obra completa do Eça. Principiava assim umha receçom exitosa de um produto que marcou a época no Campo científico/ dos Estudos Literários de Portugal, esta obra será a sua consagraçom como máximo especialista deste escritor. Além do grupo de queirosianos será o mestre dos estudos e principal interlocutor, dirigidos na atualidade polo Professor Catedrático Carlos Reis que está em andamento desde 1976 e ainda nom finalizou.

Em 1978 contacta com o nacionalismo galego e estabelece amizade com José M. Dobarro e Pilar García Negro, no ano 1981 inicia-se o seu relacionamento com a autora deste artigo e Joel Gómez (autor do livro «Ernesto Guerra Da Cal, do exílio a galego universal») até o seu falecimento em Lisboa em 1994 «numha noite de lua cheia / em que o visitou a Morte / e foi para Compostela / Ultreya!».

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