Opinión

Discurso de Eduardo Blanco Amor dedicado a Castelao

A bibliografia sobre a vida e a obra de Daniel Castelao é muito extensa, poderíamos asseverar que já está quase todo dito, analisado e explicado. Um exemplo muito relevante e bastante recente seriam as Atas do «Congresso Castelao», editadas (1989) por Justo Beramendi e Ramom Villares, com a ajuda económica da Universidade de Santiago.

Contodo, ainda poderiam existir atividades dignas de ser lembradas, em parte com provas muito evidentes do intenso trabalho desenvolvido polas coletividades galegas da Argentina (e nomeadamente em Buenos Aires) nos dias anteriores e posteriores ao falecimento de Afonso Daniel Castelao. Estamos referindo-nos à publicaçom do número especial «A Nosa Terra», no «Dia de Galiza de 1950», exemplar que nos presenteou um grupo dos «Amigos do Idioma Galego» (José Bieito Abraira, Ricardo Flores, Higino Martins, Eduardo Parajuá, o Doutor Fiz A. Fernández, Denis Conles, Rosa Puente, etc.) por motivo da nossa estadia nessa cidade.

Esse número 274 abre-se com umha lembrança, intitulada simplesmente com o nome «CASTELAO», umha palavra nua de todo ornato, a seguir começa a sua tarefa de honrar a memória do galego mais alto de todos os tempos; menciona a sua imensa dor, quando viam que se ia consumindo, lembra o seu amor pola sua Terra, salienta a Bíblia do galeguismo «Sempre em Galiza», e finaliza pondo em destaque que a Galiza e essa revista tenhem umha dívida sagrada com o seu filho mais ilustre.

Mencionar as pessoas colaboradoras exigiria muito mais espaço, pois fazem parte de diferentes coletivos e associaçons. De todos esses discursos apenas lembramos o texto de Eduardo Blanco Amor (páginas 12-14) quem foi escolhido em nome da Coletividade Galega, dado que provaria a relevância do nosso bom amigo, esquecido como tantos outros nomes na Galiza, para que pronunciasse no seu nome umhas palavras de despedida, No que diz respeito a Castelao salienta que era um homem íntimo, reconhece que ninguém na Galiza tinha conseguido para a sua personalidade tanto amor, reconhece que era a figura mais grande da Galiza, e além do mais assevera que era impossível nom amá-lo, porque o amor a Castelao era o amor a Galiza; cita como exemplos a seguir os de Pondal, Curros e Rosalia, e até reconhece que o humorismo de Castelao tinha como nota distintiva a tristeza.

O texto vai acompanhado de históricas fotografias e finaliza com as palavras dirigidas a Virgínia: «E a ti Virgínia, mulher delicada, forte, valerosa, mulher galega. Limpa os olhos de lixos, sorri, canta connosco, ainda que se che rompa o coraçom. Ajuda-nos a enterrar esta semente».

Suscríbete para seguir leyendo

Tracking Pixel Contents