Saber de animais com história

Os dados informativos dos dicionários gerais monolingues de língua som genéricos: nas unidades lexicais «animal» a definiçom lexicográfica ‘ser vivo multicelular, dotado de mobilidade’ ou «animal racional» ‘o ser humano em contraposiçom aos outros, por apenas ele ser considerado dotado de razom’. Mais interessante seria a distinçom entre espécies domésticas e espécies selvagens, porém se necessitamos saber mais devemos consultar dicionários terminográficos ou enciclopédias.

O nosso inventário baseia-se em vocábulos que apresentam um «sufixo diminutivo», umha classe que levanta problemas de caráter geral, pois para que podamos estar perante um sufixo a condiçom indispensável é que tanto o sufixo como a base a que se junta apresentem ao espírito dos falantes ideias claras. Contodo muitas palavras ao passarem do latim ao Galego-Português sofrêrom modificaçons que hoje já nom despertam a memória de que contenhem sufixo: em textos do galego-português medieval «donzela» procedente do latim (dominicella, diminutivo de domina ‘senhora’) e outras unidades lexicais que no latim apresentavam o sufixo «–inu» (*harundina, de harundo, por hirúndo) «andorya» na atualidade «andorinha».

A «doninha», umha denominaçom eufemística, é um pequeno mamífero carnívoro, da família dos Mustélidos, de corpo alongado, cauda curta e focinho pontiagudo, recebe nomes carinhosos em várias línguas, achamo-la citada no texto das Cantigas de Santa Maria, obra de mais de um autor, mas poderíamos admitir a paternidade literária do rei Afonso o Sábio, quando nos fala em primeira pessoa das suas vivências, quando se divertia com umha «donezya» e dos seus desejos na cantiga 354, versos 10 – 14 e 30 – 34 : «Este pesar foi por hua bestiola que muit’o amava [...] e que chaman donezya os galegos» (...) «Guarda-me mia donezya que a non perça per morte».

O «golfinho» é a designaçom comum a vários mamíferos cetáceos marinhos, especialmente da família dos Delfinídeos marinhos que nom alcançam grandes dimensons, vive em pequenos grupos e comunica-se com agudos gritos; na heráldica consiste numha figura de armaria, representado com lombo arqueado em semicírculos e a cauda em forma de folhas de acanto. Existem o «golfinho-branco», o «golfinho-comum», o «golfinho-rotador» que executa saltos em forma de pirueta, girando várias vezes, visto em aquários para alegria dos nenos e dos moços.

A «joaninha» é um escaravelho da família dos Coccinelídeos, de pequeno tamanho, corpo semi-esférico, e élitros de cores vivas, apresenta geralmente de umha a sete sete manchas pretas sob fundo vermelho em cada élitro («joaninha-de-sete-pontos»), com vivências da nossa infância em Ogrove, movia-se polos nossos dedos e cantávamos «joaninha de Deus, conta-me os dedos e vai-te com Deus».

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