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María do Carmo Henríquez

A relevância do galego-português na Europa

Agora que tam de atualidade está o conhecimento de várias línguas, já vai sendo hora de que os galegos abram os seus olhos e reflexionem sobre a supremacia lingüística que temos os habitantes da velha Gallaecia no que diz respeito às comunidades lingüísticas catalá ou a conhecida como Euskadi ou Euskal Herria. Este postulado nom é umha imaginaçom extemporánea, este ideal está presente em figuras muito importantes da História da Galiza: no século XVIII (Sarmiento), nas últimas décadas do XIX (Pondal), primeiras décadas do século XX (Murguia,Vilar Ponte, Risco, Castelao...) e na segunda década do século XX (Paz-Andrade, Carvalho Calero, Jenaro Marinhas, Guerra da Cal, Santalha, etc.), em Portugal Rodrigues Lapa (1897-1989) e na Catalunha Joan Coromines (1905-1997).

Apenas mencionaremos algumhas vivências e experiências pessoais relacionadas com o Parlamento Europeu. O 29 de janeiro de 1988 no Centro de Conferências “Albert Borchete” de Bruxelas nas sessons de trabalho do “Bureau International pour les Langues moins Répandues” estivemos como observadores e participamos pola Galiza junto com o advogado José Luís Fontenla e o lexicógrafo Isaac Estraviz. Lá estávamos bascos, neerlandeses, cataláns, irlandeses... em sessons de manhá e tarde. Os três representantes da Galiza expressamo-nos em galego-português e os intérpretes nom tivérom problemas, existiu a simpatia e a empatia dos representantes neerlandeses.

O euro-deputado José Posada (Vigo, 1940 - Ourense, 2013) nas duas etapas do seu exercício em 1993-1994 e em 1999 tampouco achou dificuldades para ser interpretado. De interesse foi o seu Relatório na reuniom do intergrupo de línguas menorizadas, realizada o dia 10 de outubro de 1993, onde usou a variante galega do idioma oficial na Comunidade Europeia (cf. “Agália”, 1994, nº 37, pp. 89-92). Entre outros pedidos solicitava que nom existisse discriminaçom por razons de língua, repeito da liberdade de cátedra, intensificar o relacionamento com as culturas lusófonas e promover um acordo com Portugal seguindo o modelo usado por Flandres e a Holanda. O mesmo aconteceu com posterioridade e até o Presidente Egon Klepsch considerou umha variante do português a língua falada na Galiza (cf. “Agália”, nº 40, 1994, pp. 467-469). O segundo euro-deputado Camilo Nogueira asseverou: “o galego, por fortuna, pertence a um sistema lingüístico que se estende por diversos continentes” e defendeu a sua “convergência” no sistema galego-português (cf. “Agália”, 2000, nº 62, pp. 111-117).

Esta língua histórica deve servir com objetividade o interesse geral, por ser extensa, útil e internacional, porém o maior obstáculo foi e é a imposiçom por Decreto das normas oficialistas, que além de afastar o galego dos princípios presentes em línguas europeias (francês, italiano, inglês...) contribui a que perda falantes.

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