Umha obra digna de louvor

Enquanto na Galiza a prática totalidade das Administraçons públicas, Fundaçons, Instituiçons, Universidades, etc. discriminam por razons de língua, o CSIC, dependente do Ministerio de Ciencia e Innovación, acaba de publicar em galego-português umha obra científica do investigador Joel Gômez, integrante do grupo de Estudos da USC “Galabra”, dirigido polo Professor Elias Torres.

O livro “Vite de Compostela: a comunidade (auto-) construída” estuda fundamentalmente as transformçons de um bairro compostelano entre 1978 e 2002. Consta de 293 páginas e inclui imagens muito ilustrativas da situaçom social. No “Índice” aparece um Antelóquio útil (págs. 13-14) e várias secçons: Da lenda negra à lenda rosa (págs. 15-18), umha detalhada descriçom de um bairro nas hortas de Guadalupe (págs. 21-28), a organizaçom vizinhal (págs. 35-40), um plano para prevenir a delinqüência (págs. 49-68), luz ao final do túnel (págs. 107-124), iniciativas para emprego (págs.117-228), democracia participativa para o novo século (págs. 245-250), um futuro para ganhar (págs. 261-264) e a conclusom (págs. 291-294).

Nom deixa de ser paradoxal que, da conflitividade e descontentamento inicial, este território derivou num espaço residencial muito bem valorizado polos seus residentes e na cidade, umha experiência considerada modelar na Galiza, que mesmo conseguiu projeçom internacional. Nesta mudança influiu que se deixasse de pôr o foco na delinqüência e marginalidade e se situasse na integraçom dos residentes, com serviços para melhorar a sua qualidade de vida. Para conseguir esse objetivo fôrom fundamentais a organizaçom de atividades culturais, educacionais, de saúde, de ócio e tempo livre, desportivas, cuidado do ambiente... procura de emprego, orientadas com o apoio das Administraçons Autonómica, Estatal e Local. Seguindo os princípios de investigaçom promovidos polo grupo “Galabra” da USC, o autor consultou documentos diversos, dando especial relevo ao jornalismo de proximidade, através de entrevistas com numerosas pessoas, moradoras do bairro e do exterior (profissionais da Justiça, Ensino, Sanidade, Serviços Sociais, funcionários, classe política, etc.).

Esta continuada açom de mobilizaçom, que tivo resposta nas Administraçons com investimentos que dotárom o bairro dos serviços que precisava, é avaliada como umha experiência para ter em conta noutros lugares da Galiza e para enfrentar o envelhecimento da populaçom ou para assumir iniciativas encaminhadas a responder às necessidades dos residentes que precisarem de ajuda.

Na Galiza vulnera-se sistematicamente a liberdade de expressom. Se algum investigador deseja publicar em galego-português só pode permanecer com as suas obras numha gaveta ou submeter-se a usar a normativa oficialista que tantos danos acarreta a esta língua ilustre entre as românicas e internacional.

*Professora Catedrática de Universidade

Suscríbete para seguir leyendo