O razoamento exige conhecimentos teóricos e práticos

Entre as constantes novidades e inventos com que nos surpreendem periodicamente os numerosos ministros do Governo espanhol estám as mudanças em temas fulcrais que exigem a colaboraçom dos expertos e profissionais competentes nas matérias do Bacharelato ou da Universidade (deveria exigir-se o Curriculum Vitae das pessoas consultadas polos Ministérios e fazê-los públicos), pois é muito grave e irresponsável legislar sem saber nem solicitar conselho às pessoas com sólida experiência científica e profissional (professores de Bacharelato). Apenas elaboramos umhas notas sobre as provas da nova ABAU; deve ficar constância de que as nossas reflexons tomam como documento básico a informaçom publicada nas últimas semanas nos jornais.

Entre as veleidades ou bagatelas do Ministério, de cujo nome nom quero lembrar-me, aparecem ideias deste teor: figérom umha prova com um tempo entre 105 e 120 minutos para examinar a “madurez” (a assimilaçom da instruçom secundária indispensável para o ingresso na Universidade) em funçom da matéria, os estudantes “tivérom que deixar-se levar polo que sabem, polo que opinam e aproveitarem as suas competências (?) para conceberem soluçons efetivas a ‘problemas reais’” (?). Dizem que a prova planeada implica por um lado que os discentes “devem usar o seu próprio engenho” (?) e que os exames de cada matéria devem ser resolvidos “a partir de um pensamento transversal” (?), a soluçom passa por aplicar diversas disciplinas.

Nas matérias de Língua e Literatura espanhola afirmam que suprimem a análise sintática, com anterioridade já fora minimizada a análise morfológica, para apreender a escrever textos “maduros e argumentados” (?), que implicam o correto uso da sintaxe. Se existem duas disciplinas que exigem um profundo razoamento (usar a razom para estebelecer relaçons entre cousas e factos para deduzir algo), som as análises morfológica e sintática. Umha análise sintática exige saber distinguir as funçons sintáticas, as relaçons que estabelecem as unidades lexicais entre elas e distinguir a categoria gramatical. Para construir e realizar satisfatoriamente estas provas é absolutamente imprescindível, além de saber as correspondentes disciplinas, aplicar minuciosamente estes conhecimentos e técnicas singulares. Estas duas disciplinas nom som memorísticas, há que observar empiricamente as unidades lexicais e a seguir analisar (o mesmo acontece na Medicina, os doentes primeiro temos que fazer umha “analítica” e depois o especialista ou o médico de atendemento primário elabora o diagnóstico).

O mais grave é a ligeireza e a incompetência com que os Ministérios abordam problemas trascendentais. Os últimos beneficiados do antigo COU, que tivérom a oportunidade de alcançar a madurez, fôrom os nascidos em 1983, depois começou a decadência. Dentro de poucos anos os nossos estudantes ocuparám os últimos lugares na Europa ocidental. Pobres de nós!

*Professora Catedrática de Universidade

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