Fernández del Riego e a lusofonia

É evidente que sobre a vida e a obra do humanista a quem se lhe vai dedicar o “Dia das Letras Galegas” (umha efeméride que exige umha profunda e nova planificaçom no século XXI, porque a situaçom da língua e da cultura galega está nas “Unidades de Cuidados Intensivos”), aparecerám muitos contributos. Depois de salientarmos a sua amizade com filólogos portugueses e galegos, bem conhecidos por serem ferrenhos defensores de reintegrar o galego na área lingüística a que pertence por história e tradiçom, é de justiça lembrar algumhas ideias deste polígrafo. Ampliamos a informaçom sobre a correspondência com Rodrigues Lapa, na carta que lhe encaminha o polígrafo galego com data 12-XII-1955 e anuncia que lhe enviará um exemplar da "Escolma da Poesia galega contemporánea”, porém, no que diz respeito à esta carta do filólogo português é necessário clarificar que o livro a que se referia o Professor Lapa era “Cantigas d’escarnho e de mal dizer dos cancioneiros medievais galego-portugueses” em 1963.

Consideramos oportuno difundir ideias expostas no prólogo do seu livro “Escritores de Portugal e do Brasil” (ed. do Castro 1984), porque temos a certeza de que os investigadores da Galiza as silenciarám, pois poderiam supor atraiçoar o discurso dos poderes político, académico, lingüístico e cultural existentes na atualidade, até o ponto de que poderíamos considerá-los possivelmente os maiores inimigos da lusofonia. Escreve Fernández del Riego, que apesar de formarem parte da mesma área lingüística e a de ter na Galiza a sua origem primitiva de expressom, as letras de Portugal e do Brasil som pouco conhecidas entre nós. Este volume que agora apresentamos tenciona ajudar o leitor galego a freqüentar os escritores contemporâneos da nossa mesma fala que, em ambos os países, dérom a essa língua. As estampas biobibliográficas de corte impressionista que figuram nestas páginas nom abrangem, logo, todos os autores representativos que se dérom a conhecer desde a época romântica até hoje. Trata-se de umha escolha incompleta, produto das leituras mais freqüentadas por quem as realizou, que podem servir para estimular o conhecimento direto das obras.

O livro é, certamente, breve, e som poucas as páginas dedicadas a cada autor. Nom obstante, pretendeu-se refletir nelas umha visom pessoal, ainda que sumária, do que as figuras literárias respetivas e as suas criaçons nos sugerírom. Vem a ser, pois, um bosquejo preliminar o que oferecemos, que pode ajudar a outros a um estudo mais profundo. Em todo o caso, o cometido que ao volume atribuímos é o de procurar umha “incitaçom a ler”, aos galegos, as produçons de quem proporcionárom dimensom universal à língua que no nosso país se forjou nos tempos medievais.Nom é muito o que diz, nem tampouco deveria utilizar-se para pretender asseverar a sua defesa da lusofonia, porém é de justiça recolher estas verdades, para implementar a biografia do escritor.

*Professora catedrática de Universidade

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