Faro de Vigo

Faro de Vigo

Contenido exclusivo para suscriptores digitales

María do Carmo Henríquez

Língua, pensamento e conhecimento

Umha língua é absolutamente necessária para expressar e configurar um pensamento de maneira razoável, reforçar o cérebro, pois introduz mudanças, algo fundamental para a reflexom, a argumentaçom, a síntese, a interpretaçom e a ordem da mensagem de qualquer texto. Umha língua serve para interiorizar o conhecimento, pois só existe verdadeira aprendizagem quando se interioriza. Nom haverá qualidade de pensamento, se a língua nom cumpre com a funçom encomendada de melhorar o presente e o futuro. O conhecimento da língua é essencial para ser um bom operador jurídico, um bom jornalista, um bom engenheiro, um bom sanitário, um bom arquiteto, um bom economista, um bom professor... porque tenhem que redigir relatórios, projetos, estudos, investigaçons... A maneira de redigir é umha prova fundamental para que se poda avaliar um estudante; e a redaçom é umha tarefa muito exigente para qualquer pessoa. As línguas nunca se sabem, há que estudá-las permanentemente.

A dura e lamentável realidade, bastante generalizada na maioria das universidades, é que os estudantes chegam cada vez pior preparados, cometem graves faltas de ortografia, de sintaxe, mal dominam o léxico, nom sabem explicar um problema, nem responder umha questom, nem razoar ou explicar umha causa. Contodo, o mais alarmante é que muitos alunos som incapazes de escrever um texto de certa extensom nem em castelhano nem em galego, e muito menos em inglês ou francês. Os testes educativos propostos polo Ministério para avaliar competências e capacidade para o acesso à Universidade nom servem para verificar, com objetividade, os conhecimentos e as capacidades intelectuais ou para estimar as qualidades psíquicas.

"O conhecimento da língua é essencial para ser um bom operador jurídico, um bom jornalista, um bom engenheiro, um bom sanitário, um bom arquiteto, um bom economista, um bom professor..."

decoration

Até onde sabemos a RAE já elaborou um relatório sintético, que recolhe problemas fundamentais no que diz respeito à reflexom e à argumentaçom. Nom nos chegárom notícias sobre a Real Academia de la Lengua Vasca – Euskaltzaindia nem do Institut d’Estudis Catalans (IEC). A RAG manifestou que vai analisar este decreto, porém o tema fundamental do galego é muito diferente ao de outras academias. Como temos reiterado, o problema essencial é que as “normas oficialistas” só contribuem a degradar e a nom regenerar o idioma, a converter esta língua internacional num dialeto vulgar do castelhano, cheio de vulgarismos e castelhanismos, umha morfologia aberrante...

Os objetivos dos sistemas educativos parecem estar encaminhados para que os nossos estudantes sejam “pessoas descerebradas”, “pessoas deficientes”, “analfabetos potenciais”, manipuláveis, até o extremo de que num futuro próximo umha pessoa que saiba pensar parecerá um “sábio”. Parece notório que, como nalguns ministérios nom tenhem que fazer, seria de aplicaçom o refrám: “Quando o diabo nom tem que fazer espanta moscas com o rabo”, quer dizer, a ociosidade é umha nefasta aliada e companheira nos Ministérios.

*Professora Catedrática de Universidade

Compartir el artículo

stats