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María do Carmo Henríquez

Fraga Iribarne e o Papa Wojtyla

O asserto incluído neste artigo nom corresponde a umha das muitas figuras do regionalismo ou nacionalismo galego, nem das Irmandades da Fala, nem do Grupo Nós, nem académicos da RAG, nem prestigiosos filólogos ou lingüistas da Filologia Românica ou de Portugal ou Brasil, conhecidos e reiteradamente citados. Dixo-o o Papa Karol Wojtyla (nascido na Galitzia polaca), quando o Sr. Fraga Iribarne foi visitá-lo a Roma para que vinhesse à Galiza (onde tinha estado em 1983 e 1989), com motivo do Jacobeu-93.

A notícia aparece publicada em diferentes jornais galegos, no sábado 14 de novembro de 1992. O Presidente do Governo falou durante cinco minutos com Joám Paulo II no Vaticano, acompanhado do arcebispo Rouco Varela, o mediador que fijo possível o encontro. O Presidente entregou-lhe um “peregrim” feito ex professo e a Medalha de Ouro da Galiza, expujo que vinha desde a Galiza, representava um povo que conservou os valores do cristianismo, lembrou importantes personagens da cristandade galaica como Egéria, Sam Froilám, Sam Rosendo, etc., comparou a sua viagem com a realizada polo arcebispo Gelmirez. Solicitou licença para ler em galego as últimas linhas da sua alocuçom. O pontífice ao ouvi-lo falar a língua própria da Galiza manifestou: “É como o português”. Mais informaçom recolhe-se na revista Agália (1993, nº 33, pág. 75), quando éramos a sua diretora.

A Junta da Galiza, prudentemente, solicitou adiar o Jacobeu-2020 para os anos 2021 e 2022, umha medida inteligente e oportuna

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A Junta da Galiza, prudentemente, solicitou adiar o Jacobeu-2020 para os anos 2021 e 2022, umha medida inteligente e oportuna por causas de força maior (a pandemia). Polo contrário, a RAG de umha maneira indigna nom fijo o mesmo com o Dia das Letras, dedicado a Carvalho Calero, ainda condenado ao ostracismo depois de falecido.

Nos próximos dias o Sr. Feijoo viajará a Roma para falar com o Papa Francisco. Se o Papa falar em espanhol observará que esse modelo lingüístico apresenta notáveis diferenças fonéticas, morfológicas ou lexicais (por exemplo: “vós sós macanudo”) com o modelo utilizado majoritariamente na Península Ibérica. Porém nom conheço nengum filólogo ou lingüista competente que assevere que estamos perante “línguas diferentes”. Um dos princípios da “Real Academia Española” é a defesa da norma pan-hispânica e reconhecer a “unidade dentro da diversidade da língua espanhola”.

A língua própria da Galiza também apresenta três vertentes principais, embora existam diferenças: a galega, a portuguesa e a brasileira. Seria conveniente que os nossos representantes políticos em circunstâncias importantes como a presente nom usem o “castrapo requintadíssimo”, mas a variante culta e internacional correspondente a todos os povos e países que integram a lusofonia.

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