Faro de Vigo

Faro de Vigo

Contenido exclusivo para suscriptores digitales

‘In memoriam’ de Gregorio Salvador

Acabamos de conhecer a notícia do pasamento deste lexicólogo, lexicógrafo, filólogo e autor de muitos estudos sobre temas lingüísticos.Coincidimos com Gregorio Salvador em diversos encontrros académicos (congressos, juris para professores titulares e catedráticos de Universidade, etc.), confessou-nos as suas saudades de Lalim, e tivemos a oportunidade de conversar sobre a sua obra “Lengua española y lenguas de España” (Madrid, Ariel Lingüística, 1987), da qual temos elaborado umha resenha, na revista Agália, 10 (1987: 244-246). Neste livro explica o motivo que o levou a escrever sobre a ‘feira lingüística’ existente, sobre o ‘variopinto e carnavalesco espectáculo lingüístico político’, com línguas reais e línguas de ficçom, sobre outros ‘dislates culturais’ e sem dissimular o desprezo que lhe merece essa ‘tropa de desleais nécios’. O autor tenta mover à reflexom sobre se está em crise o espanhol em Espanha, questom que rejeita e mostra-se optimista, pois: “Es mucha lengua el español, para que puedan conmoverla rencores mezquinos, planificaciones lesivas, pruritos académicos, arañazos laterales, defecciones grotescas, comportamientos desatentos o fantasmas comarcales”.

O livro trata sobre as quatro línguas existentes no Estado espanhol, quer dizer, o espanhol (e nom castelhano), o catalám (o valenciano e o catalám nom som senom duas modalidades da mesma língua, p. 93), o euskera batua (com reservas, pp. 94-95) e o galego (que poderíamos interpretar como “galaico-português”). Salienta que existem línguas naturais e línguas artificiais, criadas polo espírito de campanário (Ferdinand de Saussure) e o galego para um filólogo românico nom é outra cousa que um dialeto arcaico do galaico-português fortemente castelhanizado, e para um lingüista chame-se português ou galego como tal língua conta (p. 57).

Entre algumhas ideias apenas mencionamos: (a) a identidade lingüística entre português e galego é indiscutível, para qualquer romanista; como conseqüência desta premissa, o galego elaborado pola Universidade de Santiago é umha língua artificial (pp. 20-22), um artificioso galego de laboratório; (b) na Galiza existem três tendências: “Os que querem normalizar o galego tal como é, com a sua castelhanizaçom de séculos, os que querem galeguizá-lo artificialmente, e os que reconhecem a sua vinculaçom portuguesa e consideram que o português está aí como modelo”.

Fina com umha pregunta, quem se beneficia do crime? Acaso fôrom e som esses mercaderes de influências, esses “intelectuais amoreados” e essa “tropa” de verdadeiros negociantes com a língua da Galiza?

Descanse em Paz o professor universitário, o filólogo e académico da RAE.

*Professora Catedrática de Universidade

Compartir el artículo

stats